The Global E-waste Monitor 2024

E-waste Monitor 2024: ONU lança relatório atualizado sobre resíduos eletrônico

Como os resíduos eletrônicos são tratados ao redor do mundo? Essa é a preocupação investigativa por trás do The Global E-waste Monitor 2024. Entenda o levantamento da Onu e acompanhe os dados do Brasil.

Tendo sua última edição publicada em março de 2024, o The Global E-waste Monitor é um levantamento que nasceu a partir de uma iniciativa da ONU (Organização das Nações Unidas) para examinar a situação mundial da produção e descarte de resíduos eletroeletrônicos. 

A preocupação da entidade com o assunto se dá justamente porque hoje vivemos em um mundo cada vez mais digital, e praticamente todos nós dependemos de dispositivos eletrônicos para realizar as tarefas do dia a dia. No entanto, com o rápido avanço da tecnologia, esses aparelhos – assim como seus respectivos acessórios e baterias – se tornam obsoletos em pouco tempo. E é aí que eles se transformam em resíduo eletrônico.

Também chamada de e-lixo, essa categoria não engloba apenas celulares, tablets, notebooks e eletrodomésticos. Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, baterias, pilhas, lanternas, balanças e até lâmpadas igualmente se encaixam na definição. Mas além dos componentes eletrônicos, todos esses objetos têm algo em comum: eles raramente recebem a destinação correta quando ultrapassam a vida útil.

Os números mostrados no E-waste Monitor 2024 comprovam essa informação: a quantidade de lixo eletrônico produzido globalmente chegou ao recorde de 62 bilhões de quilos anuais. Isso significa uma média de 7,8 quilos por indivíduo e, desse total, apenas 22,3% foram coletados e reciclados de maneira adequada e segura. 

Considerando apenas o Brasil, o assunto também tem deixado pesquisadores e ambientalistas em alerta, mas a boa notícia é que temos muitas possibilidades para alcançar melhorias futuras!

Dados sobre Lixo eletrônico no Brasil: como nosso país se encontra nesse cenário?

Além de apresentar um panorama mundial sobre a produção e o descarte de lixo eletrônico, o E-waste Monitor 2024 trouxe análises específicas para cada região do globo. 

O Brasil aparece no relatório como um dos protagonistas da subseção “América do Sul Oriental e Brasil”, que também fala sobre Venezuela, Guiana Francesa e Suriname. Entre as descobertas de maior destaque está o fato de que nosso país é o maior gerador de resíduos eletrônicos em toda a América do Sul, e o segundo maior no continente americano. A nível global, ocupamos o quinto lugar no ranking das nações que mais produzem lixo eletrônico, ficando atrás apenas da China, Estados Unidos, Índia e Japão.

O Estudo ainda indicou que todos os anos, a população brasileira é responsável por descartar cerca de 2.4 bilhões de quilos de material eletroeletrônico, representando um crescimento de quase 15% se comparado à edição anterior do E-waste Monitor, publicada em 2020, que indicava um descarte de quase 2.14 bilhões de quilos. A média anual de lixo eletrônico produzido por pessoa também subiu, passando de 10,2 quilos para 11,4. 

Por uma perspectiva mais racional, estamos muito à frente de outros países, especialmente considerando que, a Venezuela, segunda maior geradora de resíduos eletroeletrônicos da América do Sul, tem percentuais em torno de  303 milhões de quilos por ano. Mas apesar de alarmante, a diferença entre as estatísticas pode ser explicada: 

  • Em primeiro lugar, o Brasil tem um território de proporções gigantescas em comparação com todas as nações vizinhas. 
  • Nosso país também é o único da América do Sul que atua na produção industrial de eletrônicos, com destaque para bens de consumo como celulares, televisores e eletrodomésticos.

O lado preocupante desse assunto é a forma como esses resíduos são tratados após o tempo de uso. Dos 2.4 bilhões de quilos de lixo eletrônico anuais gerados em território nacional, apenas 770 milhões são devidamente reciclados, o que corresponde a 3,6% do total.

Descarte legal de resíduos eletrônicos: o panorama das legislações para regulamentar a prática

Apesar de complexo, o cenário da produção e do descarte de lixo eletrônico no Brasil não é necessariamente pessimista.

O próprio The Global E-waste Monitor 2024 reconhece o destaque positivo do país quando se fala em leis e regulamentação. Segundo o relatório, o Brasil representa grandes avanços em termos de legislação em comparação com outras nações da América do Sul Oriental. Em países como Venezuela, Suriname e Guiana, as leis que tratam da gestão de resíduos eletrônicos ainda são vagas, sem muitas determinações específicas e eficientes. Nos documentos oficiais, esses materiais recebem o mesmo tratamento generalizado que é dado a outras categorias de descarte, como os resíduos comuns ou perigosos.

Aqui, por outro lado, os resíduos eletroeletrônicos têm um espaço próprio na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída em 2010 pela Lei nº 12.305. E desde 2020, as determinações legais ligadas a esse tipo de componente ficaram ainda mais robustas por causa do Decreto nº 10.240, que expandiu as diretrizes da PNRS. 

Uma das mudanças implementadas foi a criação de um sistema de logística reversa de eletroeletrônicos com adesão obrigatória por parte dos fabricantes. Em outras palavras, todas as marcas que fornecem produtos e componentes eletrônicos para o consumidor final precisam disponibilizar pontos de descarte adequados. O sistema também monitora os ciclos de vida dos materiais por meio de mecanismos bem estabelecidos.

O estudo da ONU ainda menciona as determinações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que estabelece padrões técnicos para o descarte de resíduos eletrônicos, citando a NBR 16156, de 2013, que fornece orientações especialmente voltadas para o tratamento adequado desses materiais.

Circulare: transformando o mundo, que já é redondo, em circular

O Global E-waste Monitor 2024 é uma ferramenta importantíssima para o monitoramento de resíduos eletrônicos a nível mundial.

As aparições do Brasil no relatório são evidências de que o nosso país ainda tem muito caminho pela frente nos quesitos de descarte adequado e preservação ambiental. Ao mesmo tempo, os dados mostram que os brasileiros já contam com uma ótima base legislativa que regula a gestão de resíduos e garante a eficácia das estratégias de logística reversa. 

Mas é claro que a construção de um futuro mais sustentável não depende apenas das leis. Esse é um esforço que pede a colaboração de todas as partes da sociedade: pessoas físicas, órgãos políticos, organizações e empresas de vários segmentos podem contribuir para o descarte correto de resíduos eletrônicos. E a Circulare nasceu justamente para facilitar essa missão. 

Criada para democratizar o descarte correto de resíduos eletrônicos, a Circulare é uma plataforma inovadora que conecta empresas, consumidores, fabricantes e importadores de eletrônicos aos recicladores capazes de dar uma destinação adequada aos materiais. 

Com soluções voltadas especialmente para a logística reversa e o descarte corporativo, a rede Circulare garante o descarte responsável de resíduos eletroeletrônicos das mais diversas categorias – desde os equipamentos antigos da sua empresa até os aparelhos que estão parados na sua casa .

“Temos uma missão de incentivar a economia circular e limpar o nosso planeta, promovendo acessibilidade à população, para que seja cada vez mais simples encontrar um ponto de descarte próximo à sua residência. Só no ano passado arrecadamos mais de 23 mil toneladas de equipamentos, um crescimento de 461% em relação à 2022”

Marcus Oliveira, CEO da Circular Brain

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